Wednesday 18 April 2012

Growing Pains


TEMPO
Na minha opinião, o conceito mais absoluto que existe (até que a morte!).
Inquestionável, incontestável, implacável, imbatível.

A ciência tenta driblar, acelerando as coisas.
Podemos ir e vir, comunicar, nos informar, estudar, aprender, trabalhar, construir, comer, tudo mais rápido.
Ou ao contrário, a expectativa de vida aumentou. A saúde está durando mais. Ou pelo menos, a sobrevida.

Até na natureza, já conseguem produzir muito mais vegetais em menos tempo, até na criação de animais (= "comida"?!) já se pode notar a pressa da humanidade.

Adiamos, apressamos, estendemos, encurtamos, disfarçamos, escondemos, camuflamos. Até onde dá...

Agora, tem coisas q não podem ser mudadas, nas quais o tempo é fundamental, essencial, e crucial.
Coisas não. Pessoas.

A tecnologia está por toda parte, e entre nós também. Ainda não sabemos dizer se mais ajuda ou mais atrapalha... Pode até haver casos em q tudo aconteça naturalmente + rápido, mas isso talvez seja pura sorte.

Relacionamentos. Às vezes parece q rola uma química, uma afinidade. Mas não dá p/ acelerar o processo de convivência e de conhecimento mútuo entre as pessoas. Dá p/ aumentar em quantidade de tempo passado junto, mas não acelerar.
Não é como no filme "Click" (ah, duvido q ainda não tenha visto!). Vc acelera e pronto, a parte chata passa e vc volta pra legal. Só que aí, de qualquer forma, o tempo passado é perdido, não volta mais... O que foi feito, foi feito. Não aproveitado é perdido; estragado, perde-se ainda mais tempo p/ consertar. Mas voltar, jamais.

Confiança e dor. Não existe um equipamento, um produto, uma fórmula ou substância que acelere esses processos. Não adianta tentar forçar... um dia é um dia e não dá p/ querer lidar como se fosse uma semana, um mês. Tem que conviver mesmo p/ saber... Por maior que seja a identificação, um dia as diferenças vão aparecer, e o tempo transcorrido vai fazer toda a diferença na hora de lidar com elas.

Mergulhar de cabeça e pular fora são atitudes muito precipitadas quando se trata de pessoas. E a "vida instantânea" só nos tem ensinado a agir assim... precipitadamente...

Para cada um e cada caso uma ferida pode demorar mais ou menos p/ melhorar, ou uma amizade se tornar mais profunda... mas automático? Não, isso a ciência não pode fazer. Não somos máquinas, exatas.

Temos que nos respeitar, nossos processos, e o tempo dos outros. Temos q reconhecer a soberania do tempo e parar de lutar contra ele, isso só vai aumentar a dor e a distância entre as pessoas e nos tornar cada vez mais... ou melhor, MENOS humanos.

E as vidas seguem, cada uma carregando marcas dos atos não pensados e apressados dos outros. A responsabilidade e toda nossa. E SÓ nossa.

Pensa bem. Se colhermos uma fruta antes da hora, vamos provar e o gosto vai ser horrível. O que pode mudar nossa opinião sobre essa fruta pra sempre. À toa, pois ela pode na verdade ter o melhor sabor do mundo e nunca vamos saber.
Ou pior, se decidirmos arrancar uma árvore porque ela não deu os frutos na hora que esperávamos, podemos destruir toda uma vida de produtividade, só pela nossa noção de tempo ou necessidade individual.


A idade é inevitável. A velhice, não
A decepção é inevitável. A amargura, não.
A morte é inevitável. A vida, não!


#liveoutloud

2 comments:

  1. Eu queria ser máquina as vezes!Evitar decepções e viver rapidamente quando a história nao é legal! Bem que poderíamos vir com o botão de acelerar ne?

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    1. aí q tá, amiga... vc tem q ver esse filme, traz algo parecido c/ isso, faz a gnt pensar... ;)

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